Produtores devem ficar atentos e proteger o rebanho da raiva herbívora
Com os recentes focos de raiva herbívora no Rio Grande do Sul, é importante que os produtores rurais fiquem atentos e mantenham em dia o calendário de sanidade do rebanho. Em junho, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Estado emitiu alerta sanitário devido a confirmação de casos em municípios gaúchos.
Bolívar Borges Camargo, médico veterinário da Coagrisol, pontua que a raiva é uma doença causada por um vírus que ataca o sistema nervoso dos bois, porcos, cavalos, ovelhas, cães, gatos e o homem. “O principal transmissor é o morcego hematófago, que se alimenta do sangue do animal, deixando um pequeno ferimento”, explica.
As sintomatologias apresentadas pelos animais são: parecer estar engasgados e babam; não conseguem se alimentar; tem paralisia, principalmente das patas traseiras; quando caem, tem movimentos de pedalagem, não conseguindo mais se levantar, e ao final, morrem. “Antes de qualquer ação, entrem em contato com um veterinário para avaliação clínica, pois existem outras patologias que apresentam sintomas semelhantes”, salienta.
A principal e única forma de prevenção é a vacinação, que tem disponível nas lojas de Soluções para o Agronegócio da Coagrisol. “Nós temos o cadastro junto ao Ministério da Agricultura e estamos habilitados para a comercialização. É importante trazerem uma caixa de isopor para acondicionamento da vacina, que deve ficar a uma temperatura de 2ºC a 8ºC. No momento da compra, são solicitadas algumas informações para fins de controle pelas autoridades sanitárias”, assinala Bolívar.
O médico veterinário complementa ainda que é de fundamental importância que os produtores mantenham em dia o calendário de sanidade do rebanho. “Desta maneira, se estará preservando a saúde dos animais e também das pessoas, já que muitas doenças podem ser transmitidas para os humanos. Também é primordial o uso de EPIs, para ter toda a segurança no momento da aplicação”, orienta.
Casos na região
Bolívar comenta que já atendeu casos de animais que sofreram ataques do morcego, em Soledade, nas comunidades de Pontão da Boa União e Santa Terezinha, e também em Ibirapuitã. “A princípio, ao que tudo indica, não temos o vírus circulante aqui na região, apenas situações isoladas. Já em Lagoa Vermelha e Rio Pardo, tivemos casos que foram positivados”, informa.
A orientação aos produtores rurais é de que, ao localizarem novos refúgios de morcegos hematófagos, não tentem capturá-los por conta própria. A recomendação é de que comuniquem imediatamente a localização desses refúgios aos órgãos de defesa agropecuária do município, que têm profissionais capacitados para a tarefa e vacinados contra raiva. Alguns esconderijos habituais dos morcegos são troncos ocos de árvores, cavernas, fendas de rochas, furnas, túneis e casas abandonadas, entre outros.