Justiça determina perícia de aposta da Mega-Sena sorteada em 2010 em Fontoura Xavier
A Justiça determinou a realização de uma perícia da aposta vencedora da Mega-Sena que sorteou o prêmio de R$ 119 milhões em uma lotérica de Fontoura Xavier, no Sul do Rio Grande do Sul, em 2010. A determinação foi feita após o grupo de funcionários da prefeitura que reivindica o prêmio ter apresentado um laudo particular das apostas. O grupo espera conseguir reabrir o caso, que foi arquivado.
A perícia encomendada pelos servidores se baseou no relatório da Caixa Econômica Federal das duas maquinas da agencia lotérica que recebeu as apostas e nos bilhetes do bolão feito pelo grupo. Segundo a advogada do grupo, Aline Pereira de Moura, a perícia comprovou que o bilhete premiado pertencia à aposta coletiva.”Categoricamente aponta para uma fraude, uma vez que existem indícios que são lógicos, defeitos lógicos, defeitos materiais e graves indícios de que houve, sim, uma fraude. Tanto nos volantes e bilhetes do grupo de Fontoura Xavier, como nos bilhetes do ganhador”, afirmou.
Oito participantes do bolão querem reabrir o caso. Eles acusam um colega, Décio Sabadin, de entregar o bilhete premiado a um empresário, que retirou o prêmio dois dias depois. O caso foi investigado há cinco anos. O ganhador chegou a ser indiciado por fraude, mas depois houve uma reviravolta e o grupo de funcionários da prefeitura acabou acusado de inventar a história.”Uma hora, se Deus quiser, através dos nossos advogados e das autoridades, vão comprovar que realmente é nosso o prêmio. É o que nós esperamos”, afirma Sebastião Rodrigues Quevedo.
A perícia particular chegou ao Ministério Público de Soledade, que pediu à Justiça uma análise criteriosa do documento. Esse pedido foi aceito. Agora, o Instituto-Geral de Perícias deve fazer uma avaliação semelhante, mas oficial.
Para o Ministério Público, ainda não há dados que justifiquem a reabertura do caso. “Como se trata de perícias particulares, contratadas unilateralmente pela defesa, a orientação é que esses documentos sejam submetidos a uma perícia oficial por órgãos do estado. O juízo deferiu esse pedido do Ministério Público e, portanto, agora estamos esperando que se realizem essas perícias oficiais a respeito dos documentos apresentados pela defesa”, explica o promotor Bill Jerônimo Scherer.
Décio Sabadin confirmou ter feito as apostas para o grupo na lotérica, mas garantiu que não cometeu nenhuma irregularidade.