CPI da energia elétrica ouviu presidente da RGE
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Energia Elétrica, presidida pelo deputado Lucas Redecker (PSDB), ouviu, na tarde desta segunda-feira (2), representante da concessionária Rio Grande Energia (RGE). O relator da CPI, deputado Catarina Paladini (PSB), questionou o diretor-presidente da RGE sobre os impactos da Medida Provisória 579, obras represadas em virtude de eventuais entraves impostos pelos órgãos ambientais e os critérios utilizados para a concessão de reajuste tarifário sobre a energia elétrica. A deputada Zilá Breitenbach (PSDB) entregou documento ao diretor-presidente da RGE relativo a perdas de produtores de frango do município de Miraguaí, ocasionadas por problemas de fornecimento de energia elétrica. Ela também solicitou esclarecimentos quanto à responsabilidade dos custos de instalação de linhas trifásicas nas propriedades. O vice-presidente da CPI da Energia Elétrica, deputado João Fischer (PP), salientou que a criação do órgão investigativo teve como uma das motivações a deficiência na prestação de serviços de energia elétrica no estado. Para o parlamentar, não cabe às concessionárias de energia elétrica escolher as obras que devem ser realizadas, mas aos governos e agências de desenvolvimento. Fischer também cobrou da RGE dados relativos a investimentos e lucro do período de 1997 a 2001.
Rio Grande Energia
O diretor-presidente da Rio Grande Energia (RGE), Ricardo Siufi, realizou uma apresentação institucional da empresa e sua atuação no Brasil e no Rio Grande do Sul. Ele destacou que a RGE atende a 64 municípios gaúchos e conta com 1.397.748 clientes, com duas regionais (Caxias do Sul e Passo Fundo). Ele sublinhou que os municípios atendidos pela RGE no estado estão localizados em regiões com grande concentração de produtores de frango e gado e que apresentam problemas, como a grande incidência de temporais e dificuldades de acesso asfáltico, que diminuem a agilidade em atender as demandas dos consumidores.Siufi destacou que a empresa tem investido em novas tecnologias e sistemas de gestão e que para a ampliação e melhoramentos tem aumentado em 71% os investimentos no último período tarifário (2008-2012). Entre os investimentos estão a construção de quatro novas subestações, 31 subestações ampliadas, 173 quilômetros de novas linhas de transmissão, 4,9 mil quilômetros de rede de distribuição e a troca de 160 mil postes de madeira por estruturas de concreto. Avaliação
Ao final da audiência, que ouviu a primeira das três concessionárias de energia que atuam no Estado, o presidente da Comissão, deputado Lucas Redecker, destacou a importância dos depoimentos de representantes das concessionárias, a fim de que a Comissão tenha o maior número de elementos possíveis para compor seu relatório, que deverá ser remetido à Justiça e ao Ministério Público, se necessário. Ainda restam ser ouvidos os representantes da AES-Sul e CEEE.Quanto ao depoimento dos representantes da RGE, Redecker salientou que foi proveitoso, embora algumas perguntas, em razão de seu detalhamento técnico, tenham ficado sem respostas. A RGE, entretanto, deverá enviá-las detalhadamente à CPI.
Presenças
Também participaram da reunião desta tarde os deputados Giovani Feltes (PMDB) e Frederico Antunes (PP), além da representante do Ministério Público RS, Caroline Vaz, CEEE e CREA/RS.