São Paulo, 7 de janeiro de 2022 — As vendas de carne de frango para o mercado internacional (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 4,6 milhões de toneladas em 2021, maior volume já registrado pelo setor em um único ano, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Segundo o levantamento, o número superou em 9% o total exportado pelo Brasil em 2020, quando foram embarcadas 4,23 milhões de toneladas.
Em receita, houve elevação de 25,7%, com US$ 7,66 bilhões registrados ao longo dos 12 meses de 2021, contra US$ 6,09 bilhões em 2020.
Considerando apenas o mês de dezembro, as exportações de carne de frango totalizaram 411 mil toneladas, número 7,7% superior ao registrado no último mês de 2020, com 381,7 mil toneladas. Em receita, houve elevação de 29,9%, com US$ 718,9 milhões registrados em dezembro de 2021, contra US$ 533,3 milhões no ano anterior.
“O impulso das exportações foi essencial para reduzir os impactos causados pela elevação nos custos de produção, representada pela alta histórica do milho e da soja, principais insumos de produção da carne de frango. Apesar de uma uma leve redução nas importações, a China se mantém como o principal destino das exportações do setor e deve se manter no posto durante o próximo ano. Outros importantes parceiros comerciais como o Japão e os Emirados Árabes Unidos também devem se manter entre os maiores compradores”, analisa o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Principais mercados — Os mercados da Ásia, da África e da Europa mantiveram a alta das exportações brasileiras no ano passado.
Principal destino das exportações de carne de frango do Brasil, a Ásia importou 1,64 milhão de toneladas nos 12 meses de 2021, resultado 0,5% superior ao registrado no mesmo período de 2020. A China continua como principal importador (com 14,3% do total) e importou 640 mil toneladas (-4,86%). Outros destaques da região foram Japão e Filipinas, que importaram, respectivamente, 448,9 mil toneladas (+9,35%) e 168 mil toneladas (+180%).
Já para a África foram destinadas 662,3 mil toneladas ao longo do ano, resultado 19,2% maior em relação a 2020. Um dos destaques foi a África do Sul, com 297 mil toneladas (+13,39%).
Para a União Europeia foram exportadas 193,2 mil toneladas em 2021, volume 13,23% superior ao realizado no mesmo período de 2020.
Já para os países Extra-UE foram embarcadas no ano passado 243 mil toneladas, número 20,5% maior em relação ao efetivado no mesmo período de 2020. A Rússia é o destaque da região, com 105,9 mil toneladas (+26,24%). Outro destaque foi o Reino Unido, que importou 92,7 mil toneladas (+14%).
Para os países do Oriente Médio foram exportadas 1,33 milhão de toneladas nos 12 meses de 2021, número 0,3% menor em relação ao mesmo período de 2020. Emirados Árabes, Arábia Saudita e o Iêmen importaram, respectivamente, 389,5 mil toneladas (+28,54%). 353,5 mil toneladas (-24,4%) e 111,9 mil toneladas (-0,5%).
Por fim, para os países da América foram embarcadas 394,4 mil toneladas em 2021, número 75,2% maior em relação ao efetivado no ano interior.
“Em um ano de retorno paulatino da atividade econômica em várias partes do mundo, o setor demonstrou ser um parceiro confiável para a segurança alimentar de vários países. Estar presente em mais de 140 mercados exige sempre o melhor das empresas do setor e para 2022 temos expectativas de continuar crescendo nossa participação no share mundial de exportações de carne de frango, ainda mais com os problemas sanitários que muitos de nossos competidores vêm enfrentando”, avalia Santin.
Rio Grande do Sul — Em 2021, o Estado registrou altas históricas de exportação de carne de frango, tanto em volume quanto em receita.
O saldo em dólares das exportações finalizou o ano em US$ 1,176 bilhões. O número é 27,78% superior ao obtido em 2020, quando o resultado foi de US$ 920,93 milhões. Já os embarques alcançaram 705,94 mil toneladas, alta de 4,04% em relação ao volume exportado no ano anterior, que foi de 678,53 mil toneladas.
Em dezembro, a receita dos embarques alcançou US$ 101,94 milhões, 18,43% a mais que o registrado no mesmo período de 2020, quando obteve US$ 86,08 milhões. O volume, porém, foi 0,85% inferior, passando de 60,60 mil toneladas no ano passado para 60,09 mil toneladas no último mês de 2021.
Sobre a ABPA — A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) é a representação da avicultura e da suinocultura do Brasil. Juntos, estes setores geram 4 milhões de empregos diretos e indiretos (500 mil apenas nas fábricas), em mais de 200 unidades produtoras espalhadas por todo o país. A entidade conta com mais de 130 associados de toda a cadeia produtiva, responsáveis pela produção e exportação de carne de frango, carne suína e ovos, além de material genético e outros produtos.
(Fotos: Manoel Petry/Divulgação ABPA)