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Secagem e armazenagem de grãos nas propriedades rurais em pauta no 8º Webinar do Pró-Milho/RS

O tema “Secagem e armazenagem de grãos nas propriedades rurais” foi debatido no 8º Webinar Técnico do Pró-Milho/RS nesta quinta-feira (15/04). Realizado pela Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e pela Emater/RS-Ascar, o evento online teve transmissão ao vivo e simultânea pelo Facebook e pelo YouTube do Programa Rio Grande Rural da Emater e pode ser conferido no link  https://cutt.ly/8promilho. Participaram mais de 450 pessoas.

A secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, cumprimentou os agricultores rurais da cadeia produtiva do Estado e disse que o agronegócio é responsável pelo maior PIB do Rio Grande do Sul. “Estou muito orgulhosa de fazer parte do programa do Pró-Milho, que atende aos nossos produtores. Dessa vez, a sucessão foi de filho para mãe”, disse com satisfação, lembrando que o programa iniciou na gestão de Covatti Filho.

Silvana salientou que, apesar da pandemia, nunca faltou o alimento na mesa dos gaúchos por causa do trabalho de pequenos, médios e grandes produtores. “Aqueles que fazem acontecer em suas lavouras”. E concluiu dizendo que está feliz em ser a primeira mulher a assumir a Seapdr. “Por isso, pretendo ter um olhar diferenciado, como uma mãe que cuida de sua família. Quero levar esse olhar para a agricultura”.

O desenvolvimento de uma tecnologia própria, acessível a todos os produtores e disseminada pelo Estado, sendo referência inclusive para outros municípios do país, foi exaltado pelo presidente da Emater/RS, Geraldo Sandri, ao lembrar o lançamento do Pró-Milho RS, no dia 7 de fevereiro de 2020, em Chiapeta, pelo governador Eduardo Leite, durante a Abertura Oficial da Colheita do Milho. “É um programa de resultados, que envolve toda a cadeia, do preparo do solo, ao armazenamento e irrigação até a comercialização e o mercado, e isso representa muito para o RS”, ressaltou, ao cumprimentar ainda Silvana Covatti, por ser a primeira secretária estadual da Agricultura do RS.

“Ao apostar nas cadeiras produtivas garantimos que os resultados aconteçam”, afirmou Sandri, ao lembrar que o milho é um insumo muito importante em várias cadeiras produtivas, para alimentar as criações, por isso sua produção precisa ser incentivada.

 

CONSTRUÇÃO RÁPIDA E DE BAIXO CUSTO

A partir do tema “Secagem e armazenagem de grãos nas propriedades rurais”, o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de Casca, Maurício Luis Dall´Acqua falou sobre a Construção de Silos Secadores – Modelo Emater/RS-Ascar, e iniciou ressaltando a eficiência do sistema, desenvolvido em Casca em 2000 pelo extensionista Justino Alberti e incentivado pelo também extensionista Ricardo Martins, ambos aposentados da Emater/RS-Ascar, referência na construção de silos de alvenaria armada com indução forçada de ar.

Ao apresentar o panorama mundial da armazenagem de grãos nas propriedades, Dall´Acqua cita os Estados Unidos, onde 60% dos grãos são armazenados na propriedade, na Argentina, 40% e no Brasil apenas 15% das propriedades possuem silos armazenadores.

No RS, Casca é considerado um município avançado na atividade, com uma área de milho, “considerável para a região”, de 5 mil hectares plantados, sendo a metade como grãos e a outra metade, silagem. Da área destinada para grãos, a grande maior parte fica armazenada na propriedade do agricultor.

Entre as vantagens do armazenamento de grãos na propriedade estão a redução dos custos de pós-colheita, a realização da colheita no melhor momento, o controle de umidade e temperatura para garantir a qualidade dos grãos, e a uniformidade dos grãos durante o ano (consumo), convertendo em produtividade animal.

Segundo Dall´Acqua, a construção é simples, rápida, de fácil manejo e baixo custo, já que o produtor pode aproveitar o material que muitas vezes tem na propriedade, como madeiras e tijolos, e mão de obra familiar ou de conhecidos.

Como o silo funciona secando os grãos com ar natural, é imprescindível o acompanhamento técnico da Emater/RS-Ascar, cujo profissional vai orientar, já no início do projeto, o melhor local na propriedade para instalar o silo, evitando locais áreas próximas de corpos d´água e de matas ou onde há intensa neblina por longos períodos.

“O projeto é feito pela Emater e a construção é acompanhada pelo técnico, mas a pesquisa de valores e a aquisição do material, incluindo os ventiladores, é por conta do produtor”, explica Dall´Acqua, ao ressaltar que todas as dúvidas são sanadas numa bem elaborada planilha de Excel, que orientam ainda a colocação e amarração de malhas com ferro e a execução do reboco nas paredes internas e externas do silo. “O local tem que ser coberto, para evitar chuvas no recinto”, destaca, ao citar ainda a importância da ventilação e da pré-limpeza do grão, “tudo para garantir a qualidade do grão armazenado na propriedade”.

 

MANEJO DE GRÃOS ARMAZENADOS

O engenheiro agrícola, doutor em Secagem e Armazenagem de Grãos e extensionista rural da Unidade de Cooperativismo de Pelotas – Emater/RS-Ascar, Geverson Lessa dos Santos, abordou o “Manejo de grãos armazenados em silos secadores”.

Ele comentou sobre as perdas quantitativas e qualitativas dos grãos, ocorridas durante as etapas de secagem e armazenagem e a importância da realização destas etapas, de forma adequada, dentro da propriedade rural, para que assim seja possível minimizar essas perdas, agregar valor ao produto e ampliar a renda dos agricultores. “As perdas de grãos armazenados vão de 1 a 10%, dependendo da estrutura do armazém e do manejo técnico”, explicou.

Santos apresentou os métodos de secagem mais indicados e viáveis para o armazenamento na propriedade, além dos princípios básicos envolvidos para a conservação dos grãos em silos secadores, assim como sua relação com os fatores ambientais presentes e o manejo adequado para o controle de pragas e a manutenção da qualidade dos grãos. “Os métodos de secagem de grãos utilizados são secadores contínuos, secadores intermitentes ou secadores de leito fixo (chamados também de silos secadores)”.

Conforme o engenheiro agrícola, o método mais indicado e viável para a armazenagem na propriedade, principalmente para pequenos e médios produtores, é o silo secador. “É um silo (depósito normalmente redondo, construído com tijolos ou com chapas metálicas), onde se deposita os grãos úmidos e se secam os grãos lá dentro com a passagem de um fluxo de ar gerado por um ventilador apropriado. Assim que esses grãos atingem umidades próximas a 13%, considerados grãos secos, estes grãos são mantidos dentro deste mesmo silo, armazenados, monitorando-se e controlando-se o seu estado de conservação”, esclareceu.

Santos destacou que o sistema de secagem e armazenagem apresenta a vantagem de ser o de menor custo de instalação e de operação, sendo o mais viável principalmente para a agricultura familiar. “Silos secadores de diferentes tamanhos, dimensões e capacidades podem ser projetados pelos extensionistas da Emater e construídos por mão de obra local, com materiais de construção (tijolos, cimento, areia, ferros de construção e madeira) de fácil aquisição”.

 

Foto: print da tela/Divulgação

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar e da Seapdr

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