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Dia do idoso: pandemia traz impactos muito além do coronavírus à terceira idade

A pandemia da Covid-19 teve um impacto significativo nos idosos: essa população foi a mais afetada em decorrência do vírus, levando a complicações respiratórias e até mesmo o óbito. Mesmo aqueles que não sofreram com a doença também estão sentindo seus efeitos — em virtude do isolamento social. Um quadro que exige atenção, especialmente neste 1º de outubro, Dia Mundial do Idoso.

A medida, embora traga maior proteção a essa faixa etária, tem provocado declínio funcional em muitos idosos, em função das mudanças nas rotinas. Sinais que têm sido percebidos diariamente nas consultas de pacientes, como relata Rodrigo Moura Valle, coordenador do Grupo de Cuidados Paliativos do Hospital Moinhos de Vento. “Essa população depende muito da rotina para manter um bom funcionamento cognitivo. E a pandemia mudou isso totalmente. As pessoas deixaram de caminhar, de sair. No momento em que há uma modificação tão grande, inevitavelmente, haverá uma piora”, diz Valle, que há dez anos atua no atendimento aos idosos.

Entre os efeitos percebidos, há dificuldades de concentração, problemas no sono, aumento de estresse, esquecimento, obesidade, perda muscular e ansiedade. Rodrigo indica que algumas atividades simples podem ajudar nesse período, preservando a segurança do idoso e contribuindo para seu bem-estar. “Qualquer tipo de leitura, exercícios que estimulem o raciocínio, são eficazes. Também pode-se fazer alguma atividade física assistida, em ambientes abertos e seguros, respeitando as orientações de distanciamento de cada região”, destaca o médico.

O envolvimento da família é essencial nesse período, podendo encurtar as distâncias por meio de videochamadas. Além disso, na medida do possível, o idoso deve estar envolvido em ações e exercícios com pessoas da mesma faixa etária. “A socialização é fundamental. É importante manter sempre acompanhamento médico e evitar a automedicação”, conclui Rodrigo Moura Valle.

Mantendo a qualidade de vida

Durante a pandemia e a qualquer tempo, há uma série de outros cuidados que devem ser observados para garantir a qualidade de vida do idoso. São medidas que, embora simples, têm grande impacto para essa população.

A adaptação do ambiente é um exemplo. “A moradia do idoso precisa ser segura, garantindo que não haja obstáculos ao seu deslocamento, reduzindo risco de quedas, como pisos lisos e tapetes em que possa tropeçar”, ressalta Sérgio Brodt, chefe do Serviço de Medicina Interna do Hospital Moinhos de Vento. Além disso, pessoas mais velhas que moram sozinhas devem ter telefones em locais acessíveis — e a família precisa fazer contato frequente para saber se está tudo bem.

Exercícios de baixo impacto como caminhadas, alongamento e atividades na água desenvolvem flexibilidade, equilíbrio e força muscular nos idosos. “Manter-se ativo diminui o risco de depressão, doenças cardiovasculares, diabetes e osteoporose”, destaca Brodt, reforçando que essas práticas devem ser realizadas seguindo as orientações sanitárias e de distanciamento, enquanto perdurar a pandemia.

Outro aspecto importante é a alimentação, que deve ser saudável e balanceada, evitando receitas com baixo valor nutricional. Arroz, aveia, milho, batata, cereais integrais, frutas, legumes, verdura, carnes e leites são grandes fontes de energia, vitaminas, minerais como cálcio e proteínas. “Quanto mais variada e colorida for a alimentação, mais equilibrada e saborosa ela será”, enfatiza o médico Sérgio Brodt.

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