Polícia indicia chefe de grupo de escoteiros por estupro em Fontoura Xavier
A Polícia Civil indiciou, no começo de outubro, o chefe do grupo de escoteiros Guamirim, de Fontoura Xavier, na Região Norte do Rio Grande do Sul, suspeito de abusar sexualmente de crianças e adolescentes. Segundo a polícia, ele deverá responder por estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e atentado violento ao pudor, entre outros crimes.
O inquérito foi encaminhado ao Judiciário no começo do mês de outubro com o indiciamento do autor. O processo, agora, está com o Ministério Público de Soledade, que avalia se apresenta a denúncia contra o indiciado ou se o arquiva.
“O Ministério Público tem nos respaldado no que a Polícia Civil tem feito. Aguardamos resposta do Tribunal”, afirma a delegada regional Fabiane Bittencourt.
Ele responderá pelos abusos cometidos a 19 vítimas. Conforme a defesa, essas crianças e adolescentes tinham, na época dos acontecimentos, entre 10 e 17 anos. A advogada Claridê Chitolina Taffarel, que representa os jovens, acredita que a denúncia saia em breve.
“Esperamos que a Justiça dê a resposta adequada a todas as atrocidades que essa pessoa cometeu contra crianças e adolescentes.”
A defesa do suspeito afirma que “ele segue à disposição para esclarecimentos necessários como esteve desde o início das investigações” e que aguarda “os desdobramentos do caso”. Ele acompanha o andamento do processo em liberdade, já que os dois pedidos de prisão foram negados pela Justiça.
“São fatos antigos, ele é uma pessoa que nunca teve envolvimento com nenhum ilícito e atua longe, não tem contato com as supostas vítimas. Não há necessidade de prisão”, diz o advogado André Maya.
Relembre o caso
Em agosto deste ano, um grupo de adolescentes denunciou uma série de abusos cometidos pelo ex-chefe do grupo escoteiro que participavam, em Fontoura Xavier, no norte do estado. O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil.
Em depoimento, uma das vítimas relatou que o ex-chefe manteve os abusos sem consentimento por cerca de 10 anos. Ele dizia ter uma doença grave e que precisava do sêmen dos adolescentes para se curar. Após ganhar a confiança dos jovens, assediava-os.
O suspeito era chefe do grupo Guamirim, que ajudou a fundar, em 2007, e encerrou as atividades no fim de 2016. Bancário, ele atuou no escotismo por 35 anos. Atualmente, mora na Região Metropolitana de Porto Alegre e acompanha o andamento do processo em liberdade.