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Ofensiva de Brigada Militar e Ministério Público termina com 17 presos

Dez policiais militares foram presos em uma operação que investiga o envolvimento dos agentes com uma facção criminosa conhecida na capital gaúcha e com ramificações na região norte do Estado – que tem berço no bairro Bom Jesus, em Porto Alegre. Intitulada de Cherrin, a investida da Corregedoria Geral da Brigada Militar (BM) e o Ministério Público (MP), cumpriu 27 ordens judiciais, sendo 17 mandados de busca e apreensão contra militares e outros 10 com pessoas da comunidade, em Porto Alegre, além de cidades localizadas em diversas regiões do Estado. Sem divulgar os detalhes que levaram a investigação, o corregedor-geral da BM, coronel Carlos Armindo Thomé Marques, relatou que além dos militares, outras sete pessoas supostamente envolvidas com a facção criminosa também foram presas.

Segundo o corregedor-geral, foram 10 mandados de prisão temporária, cinco destinados a policiais. Dos 10 presos, nove soldados pertenciam à ativa da corporação, ou seja, estavam em pleno exercício de suas funções, e um sargento, que era da reserva remunerada (posto de tenente). Cinco deles foram presos em flagrante. A ofensiva apreendeu 180 mil reais, 437 porções de substância entorpecente, 10 armas – entre longas e leves – e 113 aparelhos celulares. “Todo o armamento e munição apreendido, assim como material alvo dos mandados, são derivados, com certeza, de atividade criminosa e, portanto, ilegal. Os policiais estão lotados em vários batalhões, que não serão divulgados neste momento”, destacou.

Poucos detalhes foram dados pelo corregedor-geral Marques. “Os crimes dizem respeito a associação ao tráfico de determinada facção, ao armamento ilegal e a extorsão também está presente. Nós não divulgaremos o modo de agir da quadrilha e outros detalhes, preservando a investigação que continuará”, disse. A origem da operação, que iniciou há um ano, não foi dita para não prejudicar a sequência do trabalho.

O subcomandante da Brigada Militar, coronel Eduardo Biacchi Rodrigues, elogiou o trabalho feito pelas duas instituições. “É lamentável que tenhamos que fazer isso, mas é necessário. Porque a segurança tem que começar dentro de casa, que se faça a depuração necessária, retirando do nosso seio policiais que tiveram desvio de sua conduta”, salientou. Por envolver policiais militares e civis, as medidas judiciais foram postuladas e deferidas tanto pela Justiça Militar como pela Justiça Comum. Além das residências dos suspeitos, a operação ocorreu na sede de alguns batalhões.

Para o procurador-geral de Justiça em exercício, Marcelo Dornelles, a ofensiva culminou em um duro golpe no crime organizado de Porto Alegre e ressaltou a importância do trabalho em conjunto com a Brigada Militar. A operação recebeu o nome de Cherrin em alusão à Satira de Fausto e Mefistófeles – Chirrin/Chirrion, expressões mágicas para fazer aparecer ou desaparecer os objetos de desejo. A partir de agora, o material apreendido será analisado e os presos interrogados.

A investigação continua sob sigilo para evitar prejuízo à completa elucidação dos fatos e identificação de todos os envolvidos.

Fonte: Correio do Povo e Foto: Mauro Schaefer.

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