Representantes da região do Botucaraí reivindicam mais diálogo sobre concessão da BR 386
Prefeitos da região, líderes comunitários, representantes do COREDE Botucaraí e um movimento popular contra os pedágios participaram de uma audiência pública realizada nesta quinta-feira em Porto Alegre para discutir a concessão da BR-101/290/386/448/SC/RS, projeto previsto no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal. O encontro foi realizado no auditório do SEST/SENAT e foi coordenado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Além de ouvirem a apresentação da proposta elaborada pelo Governo, os representantes da região manifestaram-se enfaticamente contra o modelo de pedágio como oque já existiu em Soledade. Conforme os representantes, tal modelo engessou a região afetando seu desenvolvimento pois o valor cobrado era muito elevado e os investimentos na rodovia muito pequenos, praticamente nulos.
O ponto positivo da reividicação foi o compromisso de que novas audiências serão realizadas, não somente esta em Porto Alegre e uma segunda prevista para ser feita em Brasília. O superintendente de exploração de infraestrutura rodoviária da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Luiz Fernando Castilho esteve na audiência e comentou que foi percebido o grande número de pessoas que são contra uma concessão e com isso há a necessidade de uma nova audiência na região do botucaraí, não estando descartada a possibilidade de um trecho ficar de fora da concessão e com isso não ser contemplado com os investimentos previstos.
POSIÇÃO DO COREDE BOTUCARAÍ: Para o presidente do COREDE, Idionei Oliveira Vieira, a percepção é que o pacote está pronto, mesmo sem discussão com as cidades afetadas. “Podemos dizer que o pacote esta pronto, que os pedágios serão implatados e agora é vez de sabermos de que forma isso irá afetar a nossa região. Protocolamos pedido de uma audiência em nossa região, colocando Soledade como município indicado para que nos encontremos e assm falar sobre esta modalidade de concessão, tanto no contexto dos pedágios como dos investimentos tão necessários para a rodovia” pontuou Vieira.
MOVIMENTO POPULAR CONTRA PEDÁGIOS: Um grupo formado por pessoas de Soledade também se mobilizou e participou da audiência, podendo inclusive explanar os motivos de serem contra os pedágios. Este mesmo grupo também já apresentou uma carta ao presidente da Assembleia Legislativa e está colhendo assinaturas da comunidade, para manifestar ao governo a contrariedade da população de Soledade e região ao modelo de pedágio e especialmente ao fator de haver a previsão de instalação de duas praças de pedágio em um trecho de apenas 60km em Soledade e Tio Hugo.
A CONCESSÃO: O trecho a ser concedido compreende a BR-101/SC, do km 455,9 até a divisa SC/RS; da BR-101/RS, entre a divisa SC/RS até o entroncamento com a BR-290 (Osório); da BR-290/RS, no entroncamento com a BR-101 (A) (Osório) até o km 98; da BR-386, no entroncamento com a BR-285/377 (B) (para Passo Fundo) até o entroncamento com a BR-448; e da BR-448, no entroncamento com a BR-386 até o entroncamento com a BR-116/290.
O trecho de 467,7 quilômetros a ser licitado consiste na exploração por 30 anos da infraestrutura e da prestação do serviço público de recuperação, conservação, manutenção, operação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade.
A rodovia compreende os municípios São João do Sul e Passo de Torres, em Santa Catarina, e Torres, Dom Pedro de Alcântara, Três Cachoeiras, Três Forquilhas, Terra de Areia, Maquiné, Osório, Santo Antônio da Patrulha, Glorinha, Gravataí, Cachoeirinha, Porto Alegre, Canoas, Nova Santa Rita, Montenegro, Triunfo, Tabaí, Taquari, Fazenda Vila Nova, Bom Retiro do Sul, Estrela, Lajeado, Marques de Souza, Pouso Novo, São José do Herval, Fontoura Xavier, Soledade, Mormaço, Tio Hugo, Victor Graeff, Santo Antônio do Planalto e Carazinho, no Rio Grande do Sul.
PER – A proposta para o Programa de Exploração da Rodovia é que sejam implantados 22 quilômetros de vias marginais; 60 melhorias em acesso; 58 dispositivos, sendo 11 interconexões diamante, duas interconexões diamante invertidas, quatro interconexões trombeta, seis interconexões Parclo, 24 retornos em nível, seis meios-retornos em nível e cinco trevos completos; além da implantação de 27 passarelas. Estão previstos investimentos na ordem de R$ 7,9 bilhões.
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