Gaúchos vão às urnas para escolher entre Sartori e Tarso neste domingo
Depois de um primeiro turno acirrado, milhões de gaúchos voltam às urnas entre as 8h e 17h deste domingo (26) para escolher quem será o governador do estado nos próximos quatro anos. Disputam o cargo o candidato à reeleição, Tarso Genro (PT), e José Ivo Sartori (PMDB), candidato da oposição.
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), cerca de 80% dos votos para o governo do estado devem estar apurados e divulgados até as 19h. No total, 8.392.033 eleitores estão aptos a votar.
Na última pesquisa do Datafolha, divulgada neste sábado (25), José Ivo Sartori aparece com 60% e Tarso Genro com 40% dos votos válidos. Já no levantamento realizado pelo Ibope e divulgado na sexta (24), o peemedebista tinha 59% contra 41% do petista
As pessoas que não votaram nem justificaram no primeiro turno podem votar normalmente no segundo turno e têm até o dia 4 de dezembro para formalizar uma explicação. Segundo o TRE-RS, 1,4 milhão de eleitores não compareceram no dia 5 de outubro. Para quem foi convocado a atuar como mesário e não exerceu a atividade, vale a mesma orientação. O mesário deve se apresentar ao presidente da seção e ficar à disposição para o trabalho, pois o prazo para justificar a ausência no pleito do dia 5 de outubro se encerra em 4 de novembro.
De acordo com a agenda prevista para este domingo (26), o primeiro candidato a votar deve ser Tarso Genro. Depois de um café da manhã acompanhado pela presidente Dilma Rousseff no Plaza San Rafael, o petista vai até a Escola Estadual Santos Dumont, na Vila Assunção, Zona Sul de Porto Alegre. O voto está previsto para 8h30, logo depois do da presidente.Já José Ivo Sartori (PMDB) inicia a a agenda em Porto Alegre, com visita aos veículos de imprensa da capital e depois viaja a Caxias do Sul, onde vota no Colégio Nossa Senhora do Carmo, às 13h. A partir das 13h30, o candidato concede entrevista coletiva no mesmo local. Em seguida, ele acompanha o voto de sua mulher, Maria Helena Sartori.
As campanhas de Sartori e Tarso
O atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, defendeu a continuidade de um programa que, segundo ele, vem beneficiando os mais pobres. Apresentou seus resultados em projetos sociais para a população gaúcha e minimizou a dívida pública do estado, que foi usada como principal arma por adversários ao longo da campanha. A parceria com o governo federal ganhou amplo destaque nos debates e propagandas eleitorais.
No primeiro turno, o objetivo de Tarso era claro: derrotar Ana Amélia Lemos (PP). A progressista aparecia com larga vantagem em intenções de voto nas primeiras pesquisas eleitorais. Assim, o governador adotou uma postura combativa, partiu para o ataque e fez denúncias contra a principal adversária. No entanto, o crescimento de José Ivo Sartori nos últimos dias antes das eleições surpreendeu.
A virada de José Ivo Sartori (PMDB) começou a se desenhar ainda no primeiro turno. De forma tímida, foi conquistando eleitores com o slogan “Meu partido é o Rio Grande”. O “gringo” apostou na divulgação de um perfil simples, humilde e trabalhador. Desde o início, convocou a população para votar na mudança. Direcionou discurso em debates e na propaganda eleitoral principalmente para o público indeciso.
Sartori subiu de 4%, em julho, para 17%, em setembro. Na reta final, um dia antes do pleito, o peemedebista empatou com Ana Amélia e ambos registraram 29% das intenções de voto. Tarso tinha 36%. Nas urnas, no entanto, o crescimento do candidato do PMDB foi ainda maior. Sartori obteve 40,40% dos votos válidos (2.487.889 votos), contra 32,57% (2.005.743) do petista. Ana Amélia ficou fora da disputa.
Logo depois dos nomes serem confirmados, começou a busca por alianças para o segundo turno. Os dois candidatos sabiam que o apoio declarado poderia decidir os rumos da eleição. Ao final, Ana Amélia Lemos optou por Sartori. O PDT, que ficou em quarto lugar com Vieira da Cunha, decidiu se manter neutro no pleito. Tarso Genro, do PT, agregou poucos aliados.Iniciada a campanha do segundo turno, Tarso e Sartori subiram o tom em debates e propagandas. Ataques frequentes foram registrados por parte dos petistas, que prepararam denúncias para tentar desmoralizar o adversário. O PT também usou entrevistas e materiais veiculados na imprensa local como estratégia. Sustentou também que Sartori não tinha propostas para o governo estadual e queria vender um “cheque em branco” para a sociedade.
Por sua vez, o peemedebista adotou uma postura defensiva e crítica aos ataques, afirmando que não valia tudo para ganhar a eleição, muito menos tentar acabar com a reputação de uma pessoa. Assim, passou a rebater as denúncias em debates e propagandas eleitorais.