Legado de Cenair Maicá é evidenciado no 2º Tributo promovido pela Prefeitura Municipal
Pelo segundo ano consecutivo, a música e o legado do cantor e compositor Cenair Maicá foram lembrados através do “Tributo à Cenair Maicá”. A atividade, coordenada pelo gabinete do prefeito, foi realizada no sábado (19) no Auditório Ivo José Stein e contou com expressiva participação da comunidade.
Com a presença dos músicos Gerson Antunes, Ivanhoé Ferreira, e o filho de Cenair, Patrício Maicá, o evento contou ainda com Tau Golin, jornalista e doutor em História, amigo pessoal do homenageado, assim como Iran Barros, também amigo de Cenair. Também estiveram presentes o Prefeito Cattaneo, o vice-prefeito Roberto Coletti, a secretária da semict Marilda Borges Corbelini, o secretário da assistência Social e Habitação Lúcio Eugênio Bueno Dias e o idealizador da atividade, o chefe de Gabinete Alisson Ferronato doa Santos.
O jornalista e doutor em História Tau Golin frisou que Cenair Maicá era uma pessoa altamente intelectualizada e amorosa, com uma dimensão humana acima do normal, um verdadeiro antropólogo da vida.Conforme o chefe de Gabinete Alisson Ferronato dos Santos, o objetivo do encontro foi proporcionar ao público contato com a obra e com a história do cantor e compositor, relacionando com a formação cultural do povo de Soledade, além de despertar a sensibilidade e os valores da cultura gaúcha, oportunizando a criação ao acesso à música de boa qualidade aos participantes.Cenair Maicá destacou em seu trabalho temas como natureza, água, terra e índios. Integra a cultura missioneira sulina formada por nomes como Noel Guarany, Jayme Caetano Braun e Pedro Ortaça. O grupo de amigos e artistas colaborou para que a identidade gaúcha se expandisse para além da região da campanha.
O homenageado , nasceu em 3 de maio de 1947, em Tucunduva, mas passou a maior parte da sua vida em Santo Ângelo. Começou a carreira musical aos 10 anos, ao lado do irmão Adelqui, formando a dupla Irmãos Maicá. Morou com o pai, que era boiadeiro, durante uma década na Argentina. Foi vendedor de máquinas de escrever, administrou restaurante turístico. Participou de apresentações ao lado de José Mendes e chegou a ter música proibida pela censura.
Em 1970, vence o Festival Correntino, em Santo Tomé, na Argentina, com “Fandango na Fronteira”. Cenair divide o palco com o parceiro da composição, Noel Guarany. A vitória no evento favoreceu a gravação, no mesmo ano, do compacto “Filosofia de Gaudério”. O primeiro disco solo, “Rio de minha Infância”, seria gravado oito anos depois. A produção e a direção foram de Noel Guarany, também autor de quatro das dez músicas do álbum.Com uma voz característica, ora forte, ora suave, foi autor e intérprete de sucessos como “Homem Rural”, “João Sem Terra”, “Rio Ibicuí” e “Da terra nasceram Gritos”.
Cenair Maicá era um ativista. Cantava por uma causa. Um exemplo são os versos de um dos seus maiores sucessos, “Canto Livre”: “Se meu destino é cantar, eu canto / Meu mundo é mais que chorar, não choro / A vida é mais do que um pranto, não sonho / Como um matize sonoro / Hay os que cantam desditas de amores, / Por conveniência, agradando senhores. / Mas os que vivem a cantar sem patrão / Tocam nas cordas do seu coração.”
Entre as músicas interpretadas , esteve a canção “ Soledade não é mais solidão”, composição feita por Cenair que evidencia as belezas naturais e exalta características de Soledade.
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